Leitura na era digital

Leitura na era digital

segunda-feira, 30 de abril de 2012

QUEM SOMOS


CAMILA APARECIDA DA COSTA - Tambaú-SP 

Sou professora de Língua Portuguesa e Inglês. Moro numa cidade do interior de São Paulo - Tambaú - (cidade religiosa devido ao Padre milagreiro Donizetti que está em fase de beatificação). Adoro lecionar. Faço patchwork quando não estou em sala de aula. Sou solteira e não tenho filhos.


CÉLIA CRISTINA GONZALES DE ALMEIDA - Sorocaba - SP

Sou professora de História, Pedagoga e Pós Graduada em Didática no Ensino Superior. Leciono há 23 anos na rede estadual e já fui designada para assumir a direção de uma escola do Ensino Fundamental. Gosto de trabalhar com o Ensino Médio e já coordenei vários projetos na unidade escolar em que me encontro nesse momento. Acho extremamente importante as possibilidades que a SEE oferece aos professores para aprenderem e usarem esse conhecimento no seu cotidiano escolar.


CLEIDE RODRIGUES PACHECO - Caraguatatuba-SP 

Sou Coordenadora Pedagógica, trabalhei dois anos na Sala de Leitura, esse foi o grande motivo do meu interesse pelo curso. Fiz licenciatura em Letras e estou finalizando Pedagogia, (amo o que faço porque faço o que gosto), ensinar é a minha maior paixão, ainda acredito que a educação é a arma mais poderosa para mudar o mundo. Sou uma pessoa guerreira e muito batalhadora. Gosto de ler nas horas vagas e trocar mensagens no celular. Acredito que tudo na vida faz parte do aprendizado e por isso sei que vou gostar muitooo desse curso e enriquecer meu conhecimento na área da leitura. Bons estudos a todos!!!

DEISE CRISTINA SIQUELI - Fernandópolis-SP 

Sou graduada em Pedagogia e pós-graduada em Gestão Escolar e Comunitária pela Unicamp. Estou na rede pública estadual há 25 anos, dos quais 8 anos na função de supervisora de ensino.





CRÔNICAS


"A crônica parece o gênero mais fácil, e realmente é, para os que não ousam ou não merecem tentar uma existência literária mais duradoura."
(Fernando Sabino - Deixa o Alfredo falar!)


O AMOR BATE À PORTA

           Como de costume, acordei cedo, fui ao banheiro, escovei os dentes, lavei o rosto. Mas esta manhã algo estranho aconteceu. No banheiro ouvi tocar incessante da campainha, enxuguei-me às pressas e caminhei até a porta, destranquei-a e vi um homem caído na soleira.
          O que fazer? Pois não havia ninguém no corredor, olhei a minha volta e levemente toquei-o e senti que o corpo estava frio e rígido. “Meu Deus! É um cadáver!”.
          Desesperada, corri para o telefone e disquei o número da central da polícia. A atendente me pediu as informações necessárias e tranquilizando-me avisou que a polícia logo chegaria.
          Enquanto isso observei aquele homem de boa aparência estirado ao chão e imaginei o que ele fazia no meu prédio. Os policiais chegaram e revistaram-no. No bolso havia a carteira com documentos pessoais e uma carta.
         Ao lerem a carta, os policiais, comovidos, revelaram que aquele homem estava apaixonado por mim e que seria o momento oportuno para revelar tal paixão, mas com tanta emoção acabou sofrendo um mal súbito.
          “Que tristeza!” – pensei. Não é sempre que o amor bate à porta!

Camila Aparecida da Costa

A SURPRESA

A claridade começava a invadir o quarto de Marcos, o dia prometia um sol escaldante, aliás, era verão e a temperatura já no período beirava os trinta graus. Acordar cedo era a rotina da maioria das pessoas naquele prédio.  O barulho dos carros, o agito da cidade grande, o vai e vem das pessoas, já indicava que o dia já começara.
Com uma vontade louca de continuar na cama, Marcos consulta o relógio da cabeceira e levanta-se rapidamente. Vai ao banheiro, escova os dentes e lava o rosto. Surpreso ouve a campanhia e enxuga-se às pressas. Caminha até a porta, destranca a fechadura e abre-a, assustado vê um homem caído na soleira, corre o olhar em torno e constata que não há ninguém mais no corredor.
Abaixa- se e toca o homem com os dedos, sente que o corpo está frio e rígido. Percebe que ele está morto e pelo celular disca o número da central da polícia. Enquanto eles não chegam, Marcos fica intrigado com o cadáver. De onde surgiu? Quem será a pessoa ali caída? E, porque ali? E se polícia pensar que ele tem alguma relação com a vítima?
Eram pensamentos confusos, curiosos e medrosos ao mesmo tempo. De repente o toque da sirene avisava que os policias haviam chegado, e para alivio de Marcos, talvez, ele entendesse o que aconteceu ali.
Após os policias mexeram nos bolsos da calça e da camisa do morto, encontraram documentos de identidade e um número de telefone.  Constataram que ele se chamava Jorge e era um oficial de justiça, tinha um mandato judicial em nome de Marcos relativo à pensão em atraso de sua ex-mulher. Com a chegada da polícia técnica, previamente, constatou-se que o defunto tivera um enfarto fulminante.
Marcos não sabia se chorava ou se ria com as informações recebidas, pois, não havia nenhum vínculo entre ele e o morto. Mas ser encontrado pela ex-mulher era tudo o que ele não queria.
Afinal, o inferno estava apenas começando.

Célia Cristina Gonzales de Almeida


PRESO POR ENGANO

     Alexandre dormia serenamente, o frio naquela época do ano era rigoroso, pela janela dava para observar a brisa suave do vento soprando do lado de fora. Os redemoinhos inquietantes arrastavam alguns papéis nas ruas, ora pra lá, ora pra cá, num vai e vem tresloucado.
     Na noite anterior Alexandre assistiu a um filme e tinha ido para a cama muito tarde.
     O relógio desperta,  Alexandre abre os olhos com dificuldade, desliga-o e fecha os olhos novamente para dormir mais 10 minutinhos, desta vez o celular toca, ele dá um pulo da cama, consulta o relógio novamente e abre a janela do quarto:
     - Uh! Que frio!
     Fecha novamente e por um vão observa um aglomerado de pessoas em meio a uma provável confusão:
     - Nossa! Briga a essa hora da manhã e num frio desses...
     Fecha a janela e vai ao banheiro, enquanto escova os dentes ouve a campainha tocar, lava o rosto rapidamente e tenta adivinhar quem seria a possível visita às seis horas da manhã. Enxuga o rosto às pressas, sai do banheiro e caminha até a porta. Mal sabia ele que algo muito ruim estava prestes a acontecer.
     Ao abrir a porta um frio cortante e gélido inunda o interior da sala, Alexandre sente um arrepio estremecer seu corpo. De súbito olhou até no chão ao procurar sua visita, se deparou com um homem caído na soleira de sua porta.
     Alexandre sente novamente um arrepio, desta vez de medo, sentiu suas pernas bambearem, segurou firme no batente da porta. De repente sentiu um frio na espinha, como explicar a origem de um cadáver em sua porta.
     Olhou ao redor, a multidão havia desaparecido, não havia mais ninguém na rua, a não ser dois cachorros que latiam incansavelmente. Será que alguém na multidão havia matado uma pessoa e colocado na sua porta? Nosso corajoso rapaz abaixa-se para certificar as suas suspeitas, toca seus dedos no homem, sente o corpo frio e rígido, constata que realmente é um cadáver.
     Alexandre se desespera, sua primeira atitude foi correr para o telefone e discar o número da central de polícia, pediu para a atendente que enviasse uma viatura até sua casa na Rua Comendador Araújo que havia um corpo em frente o número 28.
     Quando a polícia chegou, um dos policiais foi checar o falecido e os outros dois foram ter com Alexandre que estava do lado de dentro da porta. Neste exato momento chega a mãe de Alexandre apavorada.
     - Cristo! O que você fez filho ingrato?
     - Mãe, eu não fiz nada, esse corpo apareceu na minha porta.
     - Eu sabia! Quando você foi embora de casa só podia estar aprontando.
     - Mão eu já disse, não tenho nada com isso!
     - Eu tolerei todas as suas loucuras, mas assassinato não tem perdão.
     Um dos policiais interrompeu a discussão.
     - O que você tem a dizer a seu favor cidadão?
     - Policial eu não sei de nada, esse corpo apareceu na minha porta hoje pela manhã.
     - Você mantinha algum relacionamento com a vítima?
     Nesse momento a mãe de Alexandre interpretou mal o ocorrido e sem se dar conta da encreca que estava colocando o filho deu-lhe um tapa bem forte e disse:
     - Meu Deus que desgosto! Alexandre Henrique você gosta de homem?
     - Mãe não é nada disso, eu não conheço esse homem, foi um acidente.
     O policial que estava observando o corpo inerte levantou-se e disse:
     - Acidente? Então você é namorado da vítima e viu o que aconteceu?
     - Não! Eu já disse que esse corpo amanheceu na minha porta, eu não vi absolutamente nada!
     - O senhor está ficando nervoso, por favor, queira nos acompanhar até a delegacia para prestar depoimento, precisamos apurar os fatos.

Cleide Rodrigues Pacheco



O ATENDENTE


          Um fio de sol, através da cortina entreaberta, cortava o quarto e atingia-lhe o rosto em cheio. Abre os olhos, franze a testa e demora a entender onde está.  Não se lembrava de como chegou até o quarto. O relógio marcava 7 horas em ponto, mas não havia despertado como de costume. Com certeza, esquecera de acertá-lo antes de dormir. O corpo inerte e dolorido, ainda sonolento.
          O dia anterior tinha sido bastante agitado, culminando com o caminho de volta para casa, o trânsito infernal e uma cena trágica, típica da violência urbana: atropelamento com duas vítimas fatais, cujo motorista estava embriagado. A vida se resumia a sobreviver e morrer na cidade grande. No recesso do lar, os acontecimentos do dia acendiam e apagavam como flashes. A última recordação de si mesmo, naquela noite, tinha sido o sofá, onde se acomodara para assistir à televisão e esvaziar a mente, com uma tigela de pipoca do lado. O filme já era seu velho conhecido, uma comédia leve para desanuviar.
          De qualquer forma, conseguira adormecer lá pelas tantas e agora estava na hora de enfrentar novamente o cotidiano. Mas já? Coça a nuca e constata que, em menos de uma hora, precisava chegar à repartição para mais um dia da mesmice que justificava o seu contracheque de funcionário público. Antes disso, haveria outro enfrentamento: o espelho. Nada fácil conciliar as mechas revoltosas dos cabelos. No banheiro, enquanto fazia a higiene pessoal básica, teve a impressão de ouvir a campainha da porta, que naquela manhã, soou-lhe esquisita. Acabou de lavar o rosto, ainda com a toalha nas mãos, ouviu novamente o barulho “é a campainha”, teve certeza. Quem poderia ser a essa hora da manhã? Nunca recebia visitas. Morava no prédio há poucos meses e nem conhecia de fato os seus vizinhos. Sabia que a mulher do 702 gostava de música clássica e até arriscava algumas notas ao piano. O senhor do 704 tossia e pigarreava muito, além de brigar vez por outra com  os “anjinhos” do  701, dois moleques endiabrados de seus oito e nove anos, que viviam a perturbar  os moradores. Os pais? Nunca tinha visto, talvez nem existissem, a julgar pelo comportamento dos pirralhos.
           Vai até a porta e volta para pegar a chave na estante. Olha pelo olho mágico, mas não vê coisa alguma. Na certa, tocaram a campainha e saíram correndo. Ah, esses moleques! Pensou em não abrir, mas resolveu ver se conseguia surpreender os danadinhos. Abriu e levou um baita susto. Deparou-se com o inusitado: havia um homem seminu caído à porta de seu apartamento. Teve a reação que todo bom cristão teria nesse momento. Abaixou-se, imediatamente para averiguar mais de perto o caso, saber se a criatura tinha algum reflexo, se respirava, se estava viva ou morta. Reparou no semblante da “possível” vítima e achou que era um tanto familiar, parecia conhecer, mas de onde? Percebeu que não havia sinais vitais e constatou que o conhecido estava morto, a julgar também pela temperatura do corpo, os lábios arroxeados e a pele muito pálida. Mas o que teria sucedido? Por que o teriam colocado em sua porta? Pensou em arrastar o corpo para dentro da sala, mas considerou que a sua compleição física contrastava com a do falecido e que este não teria condições de ajudá-lo nessa hercúlea tarefa. Deixou a porta entreaberta e correu ao telefone para pedir ajuda:
          - Alô, bom dia! É da central de polícia?
          - Positivo.
          - Sabe? Como posso dizer? Eu...
          - Se o senhor não sabe dizer, por que ligou? Eu é que não sei o sucedido, cidadão!
          - Então, pois é. O que eu estou querendo dizer é que...
          - Diga logo, que não tenho a manhã inteira para atendê-lo, senhor!
          - Está bem, está bem. Eu abri a porta do meu apartamento e encontrei um homem caído...
          - Só isso? Ajude-o a se levantar.
          - Acontece que o homem está morto!
          - O senhor tem certeza? Conversou com ele?
          - Claro! Tentei reanimá-lo, sem sucesso.
          - A que horas aconteceu o homicídio? Tem testemunhas? Sabe quem o matou?
          - Não, claro que não! Não sei o que aconteceu! Apenas o encontrei e preciso de ajuda para...
          - Isto aqui é uma central de polícia e não um necrotério! Também não faz velório e nem enterro.
          - Eu sei que não. Preciso que a polícia  venha cuidar do caso e...
          - Que caso, cidadão? O senhor nem sabe o que aconteceu? O corpo está aí e a polícia não tem nada com isso! Está querendo se livrar do problema?
          - Mas, o senhor não está entendendo a gravidade do fato? O problema não é meu! Deixaram aqui na minha porta!
          - Não coloque a culpa nos outros!
          A conversa estava ficando cada vez mais difícil. Tudo o que falava era mal interpretado pelo atendente da polícia. Estava vendo que seria julgado e condenado, via telefone, pelo “crime”. Ocorreu-lhe perguntar com quem estava falando, pois não acreditava que a criatura do outro lado da linha fosse um atendente. Parecia mais um caso de trote às avessas. Resolveu tentar o diálogo outra vez:
          - Meu amigo, eu liguei para comunicar uma morte, apenas isto. Preciso de um perito, de alguém que entenda do assunto, pois sei que nesses casos não  se pode mexer no corpo antes que a polícia técnica faça a perícia, entendeu?
          - Entendi, mas não concordo com a sua postura!
          - Mas afinal, quem está falando? O senhor trabalha aí, como atendente?
          - Meu nome é Hortêmio do Espírito Santo. Não trabalho aqui, não. Vim fazer uma reclamação e o telefone tocou, como não havia ninguém para atender, pois estão todos ocupados, resolvi dar uma mãozinha. Agora que eu já ajudei, tenha um bom dia. Passar bem.
          - Mas...
          - Tum, tum, tum...

Deise Cristina Siqueli

Fernandópolis, 24 de abril de 2012.




sábado, 28 de abril de 2012

DEPOIMENTOS DE LEITURA E ESCRITA

LIVROS INESQUECÍVEIS

Meu primeiro contato com a leitura foi mágico. Na escola onde estudei tinha bons professores e uma biblioteca encantadora. Nunca me esqueço daquele cheirinho dos livros velhos e novos. O livro inesquecível foi Maria- vai- com- as- outras, Sylvia Orthof. Na adolescência era O caso da borboleta Atíria, li nem sei quantas vezes, todas sentindo a mesma aflição pelo defeito da asinha de Atíria, a curiosidade para saber quem estava matando as borboletas da floresta. O outro marcante na época de colegial, Dom Casmurro, quando li fiquei encantada e foi esse livro que me fez cursar Letras. Acredito que meus pais embora não tinham o hábito à leitura, me incentivaram muito. Pais devem incentivar a criança a ler, com isso estimula a comunicação entre eles. Bom essa foi minha experiência como leitora.

Depoimento de Camila Aparecida da Costa



LER É VIVER
Na minha adolescência passei a participar de diversos movimentos estudantis e com isso tive contato com pessoas de várias tendências políticas e artísticas. Esse encontro com esse pessoal foi abrindo um mundo de informações e conhecimentos que no curso técnico que eu fazia não havia essa possibilidade. Aprendi a gostar de Pablo Neruda, lendo o seu livro Confesso que Vivi, depois foi Gabeira com O que é isso companheiro, De olho nas penas de Ana Maria Machado, a Revolução dos bichos, Admirável Mundo Novo e tantos outros. Lembro-me de ter dado muita risada dentro de um ônibus coletivo ao ler Dom Quixote, e as pessoas olhando curiosas para o livro que estava em minhas mãos. Ler é viver tantas vidas possíveis, mesmo por uns instantes É querer chegar rápido ao fim da história e sentir saudades quando ela acaba.
Depoimento de Célia Cristina Gonzales de Almeida
A MÁGICA DA LEITURA
Ler é uma tarefa mágica, com a leitura abrem-se as portas para a imaginação, tornando possível a realização de sonhos inimagináveis, a descoberta de culturas diversificadas, o encantamento dos sentimentos e a troca de saberes e experiências. Encantei-me com o relato de Marilena Chauí que afirma que o livro abre portas para um mundo novo, foi exatamente o que aconteceu comigo na infância, morava no interior de Minas e logo cedo fui introduzida no mundo da leitura que despertou em mim um novo olhar e uma nova maneira de pensar, com “Marcelo, marmelo, martelo e outras histórias” de Ruth Rocha, percebi que poderia criar palavras novas e compreender o sentido da amizade com “A Turma do Pererê” de Ziraldo. Já na adolescência no Litoral de São Paulo, fui novamente levada por uma amiga a conhecer e amar “Feliz ano velho” de Marcelo Rubens Paiva e “O mundo de Sofia” de Jostein Gaarder, que   desencadeou novamente a mesma paixão pela leitura que não quero me distanciar jamais.
Depoimento de Cleide Rodrigues Pacheco

LEITURA: UMA TRAJETÓRIA DE VIDA


Meus pais sempre foram leitores, apesar da pouca escolarização. Era frequente vê-los saboreando livros e revistas. Assim, também segui o bom exemplo. Queria saber o que estava escrito nas páginas coloridas das revistas que circulavam pela casa. Porém, nenhum título me inquietou mais, quando meu pai surgiu com um livro de capa dura e escura, com letras douradas. Perguntei-lhe qual o nome da história e ele me respondeu: Os Miseráveis. Já tinha uma noção do que era a miséria e, portanto, não me conformava com o título. Não podia ser uma história de princesa com final feliz. Muitos anos depois, tive a constatação de que não era mesmo, muito pelo contrário, todavia é uma grande história, uma das melhores que já li. No meu universo de criança, brincava de juntar letras, desenhar palavras e “escrever” livros com muitos personagens reais e fictícios. Minhas histórias eram fantásticas. Fui para a escola aos seis anos praticamente alfabetizada. Lembro-me que a biblioteca era ambulante, ou seja, uma perua Kombi abarrotada de livros parava à porta da escola uma vez por semana e as professoras organizavam os alunos para a devolução e retirada de livros. O primeiro livro que retirei para ler foi “Histórias da Carochinha”, no qual havia a história da Dª. Barata, que queria se casar. No mesmo ano, houve a tradicional Festa de Entrega do Primeiro Livro, em que recebi a obra “O Poço do Visconde”, de Monteiro Lobato. Esse livro acompanhou-me até os primeiros anos de exercício no magistério, na cidade de Matão, quando resolvi doá-lo à biblioteca, que estávamos formando na escola.
Depoimento de Deise Cristina Siqueli



Olá ! Lendo esses depoimentos também relembrei a minha adolescência , as minhas primeiras leituras. O primeiro livro indicado pela minha professora de lingua portuguesa foi A Ilha Perdida. Senti saudades...


Depoimento de Jucele Antonia Machado Tibagy